Zumbido no ouvido: tire suas dúvidas sobre esse problema!

Zumbido no ouvido: tire suas dúvidas sobre esse problema!

Imagine viver dia e noite com o som de um grilo na cabeça ou com o barulho de uma campainha sem fim dentro dos ouvidos. Infelizmente, essa é a realidade de mais de 278 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O zumbido é uma condição que mostra que algo no organismo não está operando corretamente. Justamente por isso, esse sintoma pode ser causado por inúmeros tipos de doenças, das mais comuns até as mais graves, sendo o diagnóstico precoce a melhor forma de chegar à raiz do problema.

Neste texto, explicaremos as principais dúvidas sobre zumbido no ouvido, como as possíveis causas, se há tratamento e quais especialistas procurar caso você esteja com esse sintoma. 

O que é zumbido no ouvido?

Ler um livro antes de dormir pode se tornar uma das piores atividades do dia de alguém. Aquele silêncio tão esperado acaba se transformando em um tormento devido a um barulho de veia pulsando ou de batimento cardíaco que não sai da cabeça, isso sem nenhum tipo de dor física. 

Essa é uma das principais representações do zumbido, um “tum-tum, tum-tum” ou “zzzzzzz”, que vai se tornando parte do dia a dia de muitas pessoas. Contudo, o zumbido no ouvido é apenas um sintoma, que pode estar ligado a quase 200 doenças

Conhecido também como “tinnus”, em inglês, o zumbido é uma condição que pode ir e voltar ou que pode ser crônica, e nem sempre o ruído será o mesmo. Além do barulho de enxame de abelhas, pessoas acometidas com zumbido chegam a relatar ruídos parecidos com o barulho de panela de pressão, cachoeira, cigarra, apito, chiado e concha

O zumbido pode ser caracterizado como uma ilusão auditiva, sendo uma sensação sonora que não está relacionada a uma fonte de estimulação externa. Isso significa que o paciente ouve um “barulho fantasma” e que somente ele consegue ouví-lo.

Quais são as possíveis causas?

Como dissemos, o zumbido é um sintoma que está ligado diretamente a diversas doenças, em menor e maior grau de perigo, desde sinusite até tumores, por exemplo. Normalmente, as vibrações dos sons gerados no ambiente são captados pelas vias auditivas, que as levam até o cérebro por meio de impulsos elétricos. O problema começa quando as vias auditivas passam a enviar esses impulsos quando não há nenhuma fonte de som.

Perda auditiva, traumatismo acústico e acúmulo de cera no conduto auditivo são apenas alguns dos problemas que podem causar o zumbido. Mas, diferentemente do que se pensa, outros distúrbios, que não estão diretamente ligados à audição, podem dar início ao zumbido, como:

  • inflamações e infecções nas vias aéreas (sinusite, rinite, faringite);
  • perda acústica;
  • depressão, estresse e ansiedade;
  • desvios de coluna;
  • diabetes;
  • consumo excessivo de álcool, açúcar, cafeína e tabaco;
  • alterações cardiovasculares;
  • e situações mais raras, como aneurismas e tumores. 

Um estudo conduzido na cidade de São Paulo registrou que esse sintoma acomete mais mulheres do que homens, ainda sem nenhuma causa que explique a ocorrência maior no gênero feminino. Além disso, 32% dos casos registraram zumbido constante, enquanto 68% relataram zumbido intermitente. A maioria dos pacientes declararam sentirem-se incomodados com o zumbido, indo de incômodo leve (11%), incômodo moderado (55%), até incômodo severo (34%). Por fim, o zumbido interfere nas atividades diárias em 18% dos sujeitos.

Há tratamento para zumbido?

Ainda que muitos acreditem que o zumbido não tem cura, principalmente devido ao extremo incômodo que o sintoma causa, chegando a desencadear distúrbios psíquicos — sendo que o inverso também pode acontecer —, é possível sim amenizar o incômodo com medicamentos e outras alternativas.

De qualquer forma, a melhor abordagem para tratamento do zumbido vai depender das características de cada paciente, considerando, em primeiro caso, se há relação entre zumbido e perda auditiva

Quando o zumbido tem como causa otites e acúmulo de cera, é possível tratar o problema em poucos dias com o uso de medicamentos. Por outro lado, em causas mais graves, como a perda de audição, o uso de aparelhos auditivos pode ajudar a diminuir ou até eliminar o chiado no ouvido, isso porque, com uma melhor audição, a percepção dos zumbidos diminui.

Já nos casos em que outros distúrbios desencadeiam o zumbido, é preciso averiguar a origem do problema. Nessa abordagem, o médico vai em busca de algum elemento em específico que aja como gatilho para o zumbido. É possível que o médico retire alguns itens da dieta do paciente, como café, açúcar e álcool, e até oriente-o quanto à adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Se o zumbido não passar com essas medidas, é possível iniciar um tratamento com medicamentos específicos.

O que é a Terapia de Habituação ao Zumbido?

Outra forma de ajudar as pessoas que têm zumbido a terem uma qualidade de vida melhor é por meio da Terapia de Habituação ao Zumbido. Desenvolvida em 1990, a Tinnitus Retraining Therapy, como foi nomeada em inglês, tem como objetivo fazer com que o paciente habitue-se ao som do zumbido sem que isso gere prejuízos em sua qualidade de vida. Para isso, é preciso que já tenha sido feita uma avaliação prévia do paciente pelo otorrinolaringologista e que todas as formas tratáveis tenham sido descartadas.

De forma geral, o processo de habituação ao zumbido é dividido em duas fases principais, sendo a primeira de orientação (com aconselhamento terapêutico) e a segunda de enriquecimento sonoro. Na primeira fase, o paciente busca formas de diminuir os temores negativos relacionados ao zumbido, buscando ignorar o barulho. Depois, na segunda fase, o paciente passa por um enriquecimento sonoro, para que o paciente deixe de prestar atenção no zumbido. 

Você pôde perceber que o zumbido no ouvido é uma condição séria e que pode significar doenças mais graves. Devido à complexidade do problema, há até mesmo uma Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, que faz parte do Novembro Laranja, mês destinado à conscientização sobre problemas auditivos. De toda forma, caso você acredite que esteja com zumbido, não deixe de se consultar com um otorrino. 

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