10,7 milhões é o número de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. Os dados, divulgados em 2019 pela Agência Brasil, mostram que, daquele total, 2,3 milhões de pessoas têm deficiência severa e que 87% dos participantes do estudo não utilizam aparelhos auditivos.
Ainda que haja muitos desafios acerca da deficiência auditiva, sabemos que os aparelhos auditivos são importantes, já que podem trazer uma maior qualidade de vida para as pessoas, aproximando-as de seu convívio social e extinguindo qualquer limitação que a deficiência auditiva possa causar.
Por isso, com o intuito de ajudar você a entender um pouco mais sobre esse assunto, criamos este rápido guia sobre os principais tipos de aparelhos auditivos. Neste texto, vamos apresentar os principais modelos existentes no mercado e como cada um deles funciona. Vamos lá?
A reabilitação auditiva é um processo
Antes de falarmos especificamente sobre os tipos de aparelhos, gostaríamos de frisar que o ato de voltar a ouvir com plenitude é um processo, que deve ser acompanhado de perto por um fonoaudiologista. Isso porque, quando há queixas de perda auditiva pelo paciente, o profissional conduzirá alguns testes e avaliações da audição para depois avaliar a melhor abordagem para tratamento.
Nesse sentido, quando o profissional indica o uso de aparelhos auditivos, é preciso entender esses dispositivos como uma tecnologia, e é o fonoaudiólogo que irá ajudar o paciente a entender como essa tecnologia será usada.
Além disso, o paciente deve compreender que pode levar um certo tempo para que ele consiga melhorar as suas habilidades auditivas, por isso o acompanhamento recorrente com um profissional é tão importante.
O funcionamento geral dos aparelhos auditivos
Os aparelhos auditivos são pequenos dispositivos que funcionam como computadores e a sua função é captar os sons que o paciente já não consegue mais ouvir naturalmente e tratá-los com filtros e redução de ruídos, por exemplo, para que o som chegue o mais “limpo” na orelha do usuário.
Para isso, com base no exame auditivo do paciente, o fonoaudiólogo programa nesse microcomputador os sons que o paciente consegue ouvir e ajusta questões de intensidade e frequência dos sons para que o aparelho amplifique justamente aqueles que o paciente não consegue ouvir.
No geral, os aparelhos auditivos são constituídos por:
- um microfone — que capta o som e transforma-o em estímulo elétrico;
- um processador — que aumenta a intensidade e modifica os sinais elétricos do microfone de acordo com o resultado da audiometria do paciente;
- um receptor — que converte os sinais elétricos transformados pelo processador em sinais acústicos para que sejam ouvidos pelo paciente.
Os principais tipos de aparelhos auditivos
Os aparelhos auditivos são categorizados de acordo com a sua posição na orelha, sendo os retroauriculares aqueles que ficam atrás da orelha e os intra-auriculares os localizados no interior da orelha. Vejamos um pouco mais sobre cada modelo.
BTE (Behind the Ear)
Os aparelhos BTE ou Behind The Ear — atrás da orelha, em português — são os mais conhecidos pela população. Localizados fora do ouvido externo, um pequeno tubo envia o som tratado para o seu canal auditivo.
Com o avanço da tecnologia, hoje é possível encontrar aparelhos BTE quase que imperceptíveis. Além disso, também há opções coloridas, de vários tamanhos e formas. Eles também são opções confortáveis e fáceis de manusear.
RITE (Receiver in the Ear)
Os aparelhos RITE (Receiver in the Ear), RIC (Receiver in Canal) e RIE (Receiver in Ear) também são aparelhos retroauriculares, ou seja, que ficam atrás da orelha, mas com a diferença de que o receptor fica localizado dentro do canal auditivo.
Atualmente, é possível encontrar aparelhos auditivos RITE que se conectam a dispositivos sem fio, como até mesmo smartphones, transmitindo músicas e chamadas telefônicas diretamente no aparelho.
IIC (Invisible in the Canal)
Já os IIC são os menores aparelhos invisíveis, localizados dentro do canal auditivo. Esses aparelhos são feitos sob medida para se ajustarem ao formato de cada ouvido e são posicionados na segunda curva do ouvido, dessa forma se tornam imperceptíveis.
Devido ao seu tamanho minúsculo, esses aparelhos podem ser difíceis de manusear, além de requererem uma troca de bateria com mais frequência.
CIC (Completely in the Canal)
Os aparelhos Completely In the Canal (completamente dentro do canal, em português) estão no segundo lugar dos menores aparelhos personalizados. Enquanto o aparelho IIC fica totalmente dentro do ouvido, uma pequena parte do CIC fica aparente.
Esse modelo também é personalizado, então requer que seja feito um molde do ouvido do paciente, e ele também permite conectividade wireless com outros dispositivos.
ITC (In the Canal)
Esse tipo de aparelho auditivo fica localizado dentro do canal auditivo, mas ocupa uma parte da concha da orelha externa. O ITC também é personalizado e seu sistema eletrônico fica todo dentro da cápsula, com a opção de botão de controle de volume.
ITE (In the Ear)
Os aparelhos auditivos ITE (dentro do orelha) são um modelo parecido com os ITC, mas com a diferença de serem um pouco maiores e ocuparem toda a parte da concha da orelha externa. Esse também é um modelo personalizado, sendo necessário um molde do conduto auditivo do paciente para sua melhor adaptação.
Com o avanço da tecnologia nos últimos anos, os aparelhos auditivos disponíveis no mercado são indicados tanto para perda de audição leve e moderada quanto para perdas mais severas. A maior diferença entre os tipos de aparelhos auditivos apresentados está no seu tamanho, indo dos modelos BTE, que ficam expostos atrás da orelha, até os IIC, que são imperceptíveis.
Este conteúdo ajudou você? Então, compartilhe-o em suas redes sociais para que mais pessoas possam tirar suas dúvidas sobre aparelhos auditivos!