Surdez: conheça as principais causas de perda auditiva

A surdez é uma condição que afeta 5% da população brasileira, o que corresponde a mais de 10 milhões de cidadãos, segundo números apresentados pelo IBGE. Em nível mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 900 milhões de pessoas possam desenvolver a surdez até 2050.

Diversas são as causas que levam à surdez, sendo o envelhecimento da população uma delas, e esse quadro pode variar entre leve e profundo. Portanto, se você acredita ter perda auditiva ou se tem algum familiar nessa condição, continue a leitura para entender um pouco mais sobre esse tema.

Vale lembrar que apenas um profissional pode diagnosticar a perda auditiva e propor as melhores formas para lidar com essa condição.

Então, vamos lá?!

Grau de surdez

Surdez é o nome dado à dificuldade ou incapacidade de uma pessoa ouvir, seja em uma ou nas duas orelhas. Dessa forma, o ouvido, que normalmente coleta, processa e encaminha os sinais sonoros ao cérebro, não consegue realizar tais funções devido a uma série de fatores, sobre os quais falaremos logo abaixo.

A audição faz parte do grupo dos cinco sentidos humanos e é, justamente, um dos mais complexos, já que ela é fundamental para o desenvolvimento das habilidades de fala e linguagem. Por isso, muito além da simples “comunicação”, a audição está atrelada à forma como nos relacionamos com o outro e com os ambientes.

Além disso, a audição também funciona como um dispositivo de defesa do nosso corpo, que vive alerta contra perigos todos os dias, isso porque nossos ouvidos não descansam nem enquanto dormimos.

Agora, imagine que, em geral, o ser humano consegue captar sons de até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição) considerando as médias de 500, 1.000 e 2.000 Hz. Qualquer alteração nesse valor se caracteriza como perda auditiva.

Confira abaixo a classificação do grau de perda auditiva segundo a OMS. Os dados foram publicados em um relatório do Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia.  

Classificação do grau da perda auditiva segundo a Organização Mudial da Saúde (OMS, 2014)

Como o quadro mostra, os graus de perda auditiva podem variar entre leve, moderado, severo e profundo e o desempenho da audição pode ir desde ouvir e repetir palavras a um metro de distância até a incapacidade de ouvir qualquer ruído.

Causas da perda auditiva

Como dissemos no início deste texto, o aumento de idade é apenas uma das causas da perda auditiva. Essa condição, portanto, pode ser causada por diversos outros fatores e ela pode aparecer de forma gradual ou repentina. Confira!

Envelhecimento

O envelhecimento é um processo natural do desenvolvimento humano e com ele podem surgir algumas mudanças em nossos corpos devido à degeneração causada pelos mais diversos fatores ao longo do tempo. No caso da surdez, essa degeneração do sistema auditivo é causada pela exposição a ruídos e agentes químicos e até mesmo pode ser uma situação decorrente de tratamentos médicos.

Doenças infecciosas

Além do envelhecimento, doenças infecciosas são alguns dos fatores mais comuns que levam à perda auditiva. Um estudo publicado pela Revista Médica Minas Gerais aponta que essas doenças, como rubéola, sífilis, herpes e HIV, por exemplo, “são responsáveis por mais de 25% das perdas profundas diagnosticadas na população geral”.

Doenças crônicas

Um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul aponta que as doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia (colesterol alto), também estão atreladas à perda auditiva. Na grande maioria dos casos, o surgimento dessas doenças se dá devido ao estilo de vida adotado pelas pessoas, como tabagismo, consumo nocivo de álcool, inatividade física e alimentação não saudável.

Exposição prolongada a ruídos

Ficar surdo no ambiente de trabalho é um dos maiores riscos ocupacionais, principalmente no setor industrial, devido ao barulho produzido nesses ambientes. Nesse caso, a perda não é repentina e geralmente não leva à surdez total, mas a capacidade auditiva é reduzida significativamente e não há tratamentos para reversão. Por isso o uso de Equipamentos de Proteção Individual é tão importante.

De acordo com o CESTEH, as três ocupações que mais geraram afastamentos por perda auditiva nos últimos anos foram alimentador de linha de produção, mecânico de manutenção de máquinas e motorista de caminhão.

Perfuração do tímpano

O tímpano é uma membrana que nos permite ouvir e ainda serve para proteger a parte interna do ouvido contra bactérias. Por isso, quando ocorre alguma lesão nessa membrana, alguns dos sinais são sangramento no ouvido, perda de audição ou ruído no ouvido.

Geralmente, a perfuração do tímpano ocorre devido a infecções, mau uso de cotonetes e outros utensílios para limpar o ouvido, traumas na região (como acidentes) e até mesmo após cirurgias no ouvido.

Quando essas perfurações são pequenas, há uma grande chance de o tímpano se recuperar sozinho. Por outro lado, se a perfuração não melhora, é feita intervenção cirúrgica, chamada de timpanoplastia

O exame de audiometria

Como você pôde perceber, diversas são as causas que levam à surdez e essa perda auditiva pode se manifestar de forma branda ou extremamente severa, o que faz com que a pessoa não consiga ouvir nenhum tipo de ruído.

Dessa forma, para diagnosticar esses casos, o médico pode lançar mão de diversos exames e a audiometria é uma dessas avaliações. Seu objetivo é avaliar a audição do paciente e sua capacidade de ouvir e interpretar sons

Durante o exame, que é um dos mais comuns, o paciente fica dentro de uma cabine, com um fone de ouvido de alta precisão, e o médico emite sons em diferentes decibéis para que o paciente os identifique. O resultado do exame mostrará se o paciente realmente sofre de perda auditiva e o grau dessa condição.

Agora que você conhece as principais causas de perda auditiva, vale ressaltar também que essa condição pode aparecer em apenas um dos ouvidos, que é o que chamamos de perda auditiva unilateral. Além disso, o tratamento para essa questão vai variar de acordo com cada tipo e grau de perda auditiva e somente um otorrinolaringologista poderá indicá-lo.

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